quarta-feira, 20 de julho de 2011

AMIGO



Amigo é coisa pra se guardar, de baixo de sete chaves, dentro do coração. Palavrinhas eternizadas pelo Milton.
Canções, letra de música, poesia, tema de seriado.
Entrelaçamento de experiências. Identificações. E é dentro desse contexto que a vida... acontece. Cotidiano, ilusões, desilusões, amores, rompimentos, laços, dificuldades. Amizade se faz com palavras, gestos e atitudes, intimidade, liberdade.
Durante muito tempo, pensei que amizade fosse acolhimento. Um ombro pra chorar, um ouvido pra escutar e um afago quando a gente está triste.
Hoje, penso a amizade diferente. Um amigo é aquele que faz tudo isso sim, alguém que a gente pode contar, mas que também pode contar a verdade, e que pode contar a verdade pra gente. Errei? Aponta o meu erro, me fala o que eu nesse momento, não posso enxergar. Me ajuda, me mostra, me orienta. Confiança. Liberdade. Liberdade pra dizer “não gostei”, “você exagerou”,” hoje eu não quero”.
Amigo que mesmo de longe o laço se mantém. Outros que passam tempo sem se falar, mas que quando se falam, se percebe que o tempo que passou foi mero intervalo, pra deixar o show ainda mais gostoso.
Amigo de ir pra balada, de comer cachorro quente depois, de dar risada, de dançar até se acabar, de festa, de soluço, de dor, de ombro.
Bacon já dizia que “não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto”.
Deserto cor de areia, silencioso e frio. Sem dúvida, com amigos esse deserto já virava uma festa, colorida, com balões e fogos de artifício, música, abraço e felicidade. Amigos dão sentido e conforto à nossa vida.
Nos fazem mais forte, nos ajudam a passar pelos vales sombrios que a gente passa de vez em quando, incentivam, nos mostram que a gente deve seguir a diante. Porque a vida é assim, com quedas, tropeços e voltas por cima. Mas a vida, acima de tudo, é feita de relações.
Alguns dizem que “no fundo do poço tem uma mola”, acho que essa mola tem nome: amigos.
E como se constrói uma amizade? Ah, sábio Vinícius... “A gente não faz amigos, reconhece-os”.

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