quinta-feira, 8 de março de 2012

O SEGUNDO SEXO


Mulher.
Em homenagem ao nosso dia, tantas metáforas são usadas pra poder definir o que quer dizer, (o que me lembra outra questão), o que quer uma mulher.
Pergunta difícil de ser respondida, interpretada por feministas e machistas, (ainda sou mais adepta do segundo grupo), o qual impõe mais diferença do que o primeiro, que as tenta negar.
Somos frágeis sim, choramos por qualquer coisa, somos sensíveis, passamos por alterações hormonais o mês inteiro, lidamos com as angústias do envelhecimento, buscamos reconhecimento profissional, cuidamos da casa, dos filhos, queremos namorar, nos sentir cuidadas, amadas e protegidas. Na verdade, acho que essas últimas características definem muito sobre o que quer uma mulher. Se colocar como falta pra que o outro, fálico, a possa preencher. Não se nasce, torna-se mulher. Como mesclar sensibilidade e força? Linha tênue desafiadora.
A falicidade do salto, a metáfora do batom, o rosa, as unhas, as saias, as rendas, as flores. Tudo pra gente. A particularidade do feminino e junto com ela, todo o poder que isso possa envolver.
“Fragilidade, teu nome é mulher”; já dizia Shakespeare.
O símbolo, , remete à Vênus, deusa do amor e da beleza e também. Da feminilidade. Um círculo em cima, um “+” embaixo. Uma barriga de grávida, um “+”, ou um (a +) pra se fazer contraponto... da matemática, é claro. + e – = – ? . É mulheres, perdemos de novo. Ficamos em segundo. Mas, se pensarmos bem, no + , são dois risquinhos de – (menos) . Sobrepostos. E – e – = + .
Somos duas faltas, então. Falta que faz suplência pra ser preenchida, falta em ser, falta em ter. Somos não-todas. Ainda bem. Somos o segundo.
O segundo sexo, livro polêmico da Simone de Beauvoir, que causa frisson até hoje. No entanto, crédito ao que é fálico, o primeiro. Mas, é no par que se faz dois. É no encontro de duas faltas que se faz um. Da matemática, são menos sobrepostos e em diferentes posições que se faz mais. É preciso do segundo pra dar sentido ao primeiro. Aos psicanalistas de plantão, é preciso S2, pra dar sentido a S1. E aproveitando o simbolismo cibernético, S2, usado pra falar do coração. Coração, simbolismo pra falar do amor. Fragilidade poderosa, que do menos, faz mais.

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